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Introdução
Muitas concepções errôneas sobre o Autismo continuam a circular, resultando em falta de diagnósticos, incompreensão e financiamento de organizações que não representam verdadeiramente os autistas.
A mídia frequentemente dá mais espaço para narrativas contadas por pessoas que não são autistas, o que leva à perpetuação de mitos. Abaixo, apresento dez equívocos comuns sobre o autismo, derivados da ausência de vozes autistas na mídia.
Índice
- Autismo é uma epidemia
- A maioria dos autistas são “de baixa funcionalidade”
- O autismo pode ser tratado por ____ (insira aqui um tratamento não aprovado)
- O autismo é causado pelo mercúrio
- Autistas não verbais são severamente mentalmente prejudicados
- Autistas não podem ser gênios
- Temos uma boa compreensão do autismo
- Autistas querem ser curados
- Pessoas com autismo são iguais
- Autistas são representados por organizações como Autism Speaks e Cure Autism Now
10. Autismo é uma epidemia
Organizações como Autism Speaks rotulam o autismo como uma “epidemia”, embora cientistas tenham demonstrado o contrário.
O Dr. Roy Grinker, antropólogo da GWU, financiado ironicamente pela Autism Speaks, publicou Unstrange Minds, desmentindo a suposta “epidemia do autismo”. Sua pesquisa é apenas uma das várias que refutam essa ideia.
9. A maioria dos autistas são “de baixa funcionalidade”
Muitas organizações sem fins lucrativos preferem focar em casos de “baixa funcionalidade”, pois isso aumenta a arrecadação de doações.
Porém, pesquisas mostram que menos da metade dos autistas são considerados de “baixa funcionalidade”. Além disso, a Síndrome de Asperger foi historicamente subdiagnosticada, sugerindo que há ainda mais autistas “de alta funcionalidade” do que se pensava.
8. O autismo pode ser tratado por ____ (insira aqui um tratamento não aprovado)
Essa é uma das crenças mais perigosas, pois muitos pais desesperados acabam sendo enganados por falsos tratamentos.
Charlatões exploram a falta de uma “cura” científica para vender terapias ineficazes ou perigosas. Essas falsas curas apenas exploram famílias vulneráveis sem oferecer nenhum benefício real.
7. O autismo é causado pelo mercúrio
Esse mito é popular nos EUA, onde se propagou a ideia de que vacinas contendo mercúrio causariam autismo.
Porém, estudos demonstram consistentemente que não há qualquer relação entre autismo e vacinas. O pânico em torno dessa ideia já resultou na queda na taxa de vacinação e no ressurgimento de doenças erradicadas.
6. Autistas não verbais são severamente mentalmente prejudicados
Muitas pessoas assumem que autistas não verbais têm deficiência intelectual severa, o que não é verdade.
Dificuldades de comunicação não refletem capacidade cognitiva. Existem autistas não verbais que são extremamente inteligentes e apenas precisam de meios alternativos para se expressar.
5. Autistas não podem ser gênios
Muitos gênios históricos são suspeitos de ter tido autismo, como Albert Einstein e Thomas Jefferson.
Hoje, há exemplos vivos, como o economista vencedor do Prêmio Nobel Vernon Smith e o ator Dan Aykroyd, que confirmaram seus diagnósticos públicos de autismo.
4. Temos uma boa compreensão do autismo
A ciência ainda sabe muito pouco sobre o autismo.
Pesquisadores fazem novas descobertas constantemente, mas ainda estamos longe de compreender completamente como funciona o cérebro autista.
3. Autistas querem ser curados
A grande maioria dos autistas não deseja ser “curada”, pois aceitam o autismo como parte de sua identidade.
Essa perspectiva pode parecer estranha para quem não é autista, mas o mesmo aconteceu no passado com a homossexualidade, que já foi considerada um “distúrbio” antes de ser reconhecida como uma variação natural da diversidade humana.
2. Pessoas com autismo são iguais
Autistas diferem entre si tanto quanto pessoas neurotípicas.
O autismo é um espectro, e cada indivíduo tem experiências únicas, diferentes habilidades e preferências pessoais.
Por exemplo, quando criamos o Wrong Planet, ficamos surpresos com a diversidade de nossos membros. Nenhum autista é exatamente igual ao outro.
1. Autistas são representados por organizações como Autism Speaks e Cure Autism Now
Na verdade, a maioria dos autistas discorda dessas organizações.
O Autism Speaks, a maior organização sobre autismo do mundo, não tem autistas em seu conselho e não permite que autistas falem em suas conferências, alegando que “não seria apropriado”.
Essas organizações também investem pesado em pesquisas para triagem pré-natal, com o objetivo de detectar o autismo antes do nascimento. Isso levanta preocupações éticas sobre a busca pela eliminação de autistas antes mesmo de nascerem.
Em contraste, existem organizações lideradas por autistas, como:
A ASAN recentemente conseguiu pressionar o New York University Child Study Center a cancelar a polêmica Ransom Notes Campaign, que retratava autistas de maneira desumanizante.
Conclusão
A desinformação sobre o autismo continua a ser um grande problema. Organizações lucram com estereótipos e ideias ultrapassadas, enquanto autistas são excluídos de discussões sobre suas próprias vidas.
A melhor maneira de combater esses mitos é amplificar as vozes autistas e buscar informações de fontes confiáveis.
Se você deseja apoiar a comunidade autista, considere seguir e apoiar grupos liderados por autistas, como o Wrong Planet e a ASAN.