Jogos e Educação

Pesquisar o uso de jogos na educação, especialmente no ensino de ciências e matemática, é essencial devido ao potencial dos jogos de transformar a aprendizagem em uma experiência interativa e envolvente. Jogos de tabuleiro, cartas ou interpretação de papéis podem proporcionar um ambiente de aprendizagem dinâmico onde pessoas educandas são incentivadas a explorar conceitos complexos de forma lúdica e prática. Em ciências, por exemplo, jogos podem simular experimentos e fenômenos naturais, permitindo que se observe e interaja com processos que, de outra forma, seriam difíceis de reproduzir em uma sala de aula tradicional.

Além disso, os jogos promovem a aprendizagem ativa, onde educandos e educandas não são apenas receptores passivos de informação, mas participantes ativos no processo educativo. Isso é particularmente importante no ensino de matemática, onde a resolução de problemas e o pensamento crítico são habilidades fundamentais. Jogos de matemática podem apresentar desafios que estimulam a aplicação de conceitos matemáticos para encontrar soluções, promovendo uma compreensão mais profunda e duradoura dos conteúdos. Essa abordagem prática e experiencial pode melhorar significativamente a motivação e o engajamento dos alunos, tornando a aprendizagem mais eficaz.

Outra razão importante para a pesquisa sobre jogos em educação é a capacidade de personalização e adaptabilidade que os jogos oferecem. Jogos educativos podem ser ajustados para se adequar ao ritmo e ao nível de habilidade de cada aluno, oferecendo um aprendizado mais personalizado. Em disciplinas como ciências e matemática, onde os alunos frequentemente têm diferentes níveis de compreensão e interesse, essa adaptabilidade é crucial. Jogos podem fornecer feedback imediato, permitindo que os alunos identifiquem e corrijam erros rapidamente, promovendo um processo de aprendizagem contínuo e autônomo.

Finalmente, o uso de jogos na educação de ciências e matemática pode fomentar habilidades sociais e colaborativas entre os alunos. Muitos jogos educativos são projetados para serem jogados em grupo, incentivando a comunicação, a cooperação e o trabalho em equipe. Essas habilidades são essenciais não apenas para o sucesso acadêmico, mas também para a vida profissional e pessoal dos alunos.

O RPG é essencialmente cooperativo, pois é fundamental a cooperação entre os personagens de todos os jogadores para que consigam vencer o jogo. A vitória só é possível se cada jogador auxiliar o outro, de modo que todos vencem juntos.

Já faz alguns anos que os Role-playing Games vem sendo usados na Educação, e no Brasil, quem primeiro chamou atenção para seu enorme potencial foi o psicólogo Alfeu Marcatto, em o seu livro “Saindo do Quadro”.

Algumas competências que o uso do RPG pode contribuir para desenvolver:

* Resolução de situações-problema
* Aplicação de conceitos em situações práticas
* Interdisciplinaridade
* Expressão oral
* Empatia
* Respeito ao diferente

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Logo após a vinda do RPG em larga escala para o Brasil, por volta de 1993, alguns jogadores vieram a se tornar professores nos anos seguintes e passaram a buscar utilizar o jogo como uma estratégia de Ensino, em um movimento que culminou com o a realização do 1o Simpósio de RPG e Educação (maio de 2002) organizado pela ONG educativa Ludus Culturalis.

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Cada vez mais, o RPG vem sendo usado por professores em todo o Brasil. Algumas referências básicas nos estudos sobre esta prática:

BITTENCOURT, João Ricardo; GIRAFFA, Lucia Maria. Role-playing games, educação e jogos computadorizados na cibercultura. I Simpósio de RPG em Educação, p. 14, 2003. cliquepdf

CABALERO, S. X.; MATTA, Alfredo Eurico Rodrigues. O jogo RPG visto como uma comunidade de aprendizagem. 2015. cliquepdf

FREITAS, Leandro Carlos Lima; SITKO, Camila Maria; DAS CHAGAS, Maria Liduína. Panorama do RPG (Role-Playing Game) no Ensino de Física no período de 2015-2019. Ensino & Pesquisa, v. 18, n. 3, 2020. cliquepdf

GRANDO, Anita; TAROUCO, Liane Margarida Rockenbach. O uso de jogos educacionais do tipo RPG na educação. RENOTE-Revista Novas Tecnologias na Educação, v. 6, n. 1, 2008. cliquepdf

JUNIOR, Francisco de Assis Nascimento; PIETROCOLA, Maurício. O papel do RPG no ensino de Física. 2005. cliquepdf

NASCIMENTO, F.; PIASSI, L. P. C. . Role-Playing Games nas Aulas de Física. Revista de Enseñanza de la Física, v. 27, p. 675-681, 2015. cliquepdf

VASQUES, Rafael Carneiro.As potencialidades do RPG (Role Playing Game) na educação escolar.2008.cliquepdf