Os Bons Companheiros
Aos 20 anos de idade, desempregado e sem ter conseguido ainda concluir o Ensino Médio, André era feliz. Estava prestes a completar seu segundo ano de relacionamento com a primeira namorada, Fabiana, pouco mais de um ano mais nova que ele.
A diferença de idade era importante para quem vivi naquela cidade, que não era grande mas não chegava mais a ser tão pequena, onde as regras de relacionamento eram definidas na adolescência e seguiam firmes até o ingresso na faculdade: ao completar 3 meses, o casal passava a vestir alianças de prata na mão direita, assumindo publicamente seu compromisso; o almoço e as tardes de domingo o casal passava na casa dela, sempre em companhia dos pais. Ao completar 6 meses, se tornava socialmente aceito admitir que o casal se iniciasse no sexo.
E quem não seguisse as regras estava destinado a se tornar alvo de boatos, ter sua reputação manchada e ver a o que de sua vida social.
Você só estava livre do código de ética ao ingressar na faculdade, que ficava a uma hora de estrada dali, na Capital. Talvez fosse uma maneira da sociedade local admitir sua própria interioridade.
Mas se André estava atrasado nos estudos e Fabiana em pleno processo vestibular, também se comportavam direitinho no código social e o namoro ia bem. Fabiana não se importava com a situação material do namorado, sabia que a vida era difícil e a situação, passageira, mas não gostava de seu grupo de amigos.
Nunca havia sequer simpatizado com eles.
Os quatro moravam na mesma rua em que André, tinham a mesma faixa de idade mas pareciam ainda estar na adolescência: Paulinho, Sérgio,e os irmãos Ronaldo e Rodrigo, sendo que esses últimos praticavam bullying pesado com André desde a infância.
Não foram poucas as humilhações que seu namorado havia passado nas mãos da dupla, mas como não conseguiria enfrentá-los em uma briga (eram dois e maiores que ele), André tentava sempre usar da diplomacia e agradar a todo, para permanecer aceito pela turma.
Entre os quatro, Paulinho era com quem mais o namorado parecia ter amizade, e quem melhor lhe tratava. Ela sabia que os dois haviam sido parceiros de troca-troca no passado e Paulinho gostava muito daquelas brincadeiras, segundo o que André lhe contava. Talvez por ter um pênis pequeno, enquanto o de seu namorado era grande e grosso, mas não tão grande ou grosso quanto o de Sérgio.
Isso ela também sabia, porque o namorado lhe contava tudo. Assim como sabia que os dois irmãos, além do sobrepeso, tinham membros cujo tamanho deveria estar entre normal e pequeno, o que André julgava ser parte da causa da inveja que sentiam por ele.
E isso era apenas parte das conversas íntimas que tinha com o namorado, que apaixonado ao extremo lhe confessava tudo, inclusive o hábito do grupo de
assistir filmes pornográficos juntos e se masturbar, competindo para ver quem ejaculava mais.
Ela ria ao imaginar a cena, ainda mais por saber que entre os cinco, além de André , somente Sérgio já não deveria mais ser virgem, por ter namorado mais de um ano.
Os outros três nunca ficavam com ninguém nas festas e bares, e dificilmente fariam sucesso com alguma mulher devido ao seu comportamento adolescente.
Eram um grupo de fracassados que se mordia de inveja e ciúmes de André: bonito, educado, gentil e descolado.
Ela sabia que estava com o mais imponente da turma e sorria ao pens