Segunda-Feira
Finalmente moravam sozinhos e seu relacionamento se fortaleceu pela intimidade. Pareciam mesmo ter nascido um para o outro, desde aquele primeiro beijo que só aconteceu após a primeira sessão de sexo oral, passando pelo primeiro ménage com uma amiga, depois com duas, então com um amigo, com outros dois, suas brincadeiras com casais e locais que os fizessem sentir a plenitude de estarem vivos e junto.
Simplesmente não conseguiam tirar as mãos um do outro. Já estavam morando juntos há três anos, em meio ao esquema de pobreza que todo estudante de graduação em uma universidade pública conhece bem: passaram pelo apartamento dividido com as amigas dela, por uma república careta e foram para aquele apartamento que conseguiram dividir com apenas um amigo, até finalmente conseguirem bancar juntos o aluguel daquele cantinho só para os dois. E se por onde passaram, deixaram histórias, era porque não faziam muita questão de esconder a tara que sentiam um pelo outro e pela vida.
O que faziam e com quem, não era algo secreto, na verdade, mal chegavam a ser discretos.
Nem sempre, é claro, se interessavam por pessoas que gostassem daquele rolêzinho livre a no mínimo três e acabavam desenvolvendo planos e estratégias em um gosto pela teatralidade.Pelo fazer o outro se perder no desejo e na situação, sem saber no que acreditar. Em seduzir pela narrativa que criavam, pelo clima, o gosto em poder fazer o que quisessem com quem quisessem. E é claro que, como tudo na vida, algo deu errado: um acidente na praia fez com que Diego precisasse operar o pênis, ficando 3 meses sem poder transar. Já Kátia, compadecida, conseguiu chegar a quase um mês e seguia decidida a se satisfazer somente com seus brinquedos até que o namorado retirasse os pontos.
Parece pouco, mas para uma rotina que beirava a três relações sexuais por dia, 90 dias era tempo demais. Ele sabia, ela sabia e sem dizer uma palavra, combinaram o que fariam naquele sábado, quando Diego se levantou e foi até a lousa que haviam instalado na sala. Pegou o pincel e fez sete riscos, dividindo a lousa em sete partes pela vertical e anotou um dia da semana sobre cada uma, de segunda a domingo.
-Diga os nomes, vamos fazer uma lista. Se você conseguir dar para os sete na sequência, eu não me importo e não cobro o troco, mas tem que ser na sequência. Se falhar, você perde. -E o que eu perco, se não cumprir a meta? -Seu cu, pra mim.
Kátia ficou vermelha, metade pela gargalhada e metade pela ousadia. “O troco” era como eles chamavam a compensassão de uma aventura que satisfizesse mais a um deles, por outra que contemplasse o parceiro, tornando a situação equilibrada. Nesses três anos, somente uma vez ela havia tentado fazer anal com o namorado e pediu para que ele parasse antes que a penetração atingisse menos da metade de seu comprimento. Diego nem era assim tão bem dotado, era algo entre médio e grande, nada exagerado – o problema era a grossura. Aquilo que mais dava prazer a ela, também era também o impedimento da sua realização. Simplesmente, não aguentou e de certo modo, era um castigo que lhe impunha ao dar para os outros, mas nunca para ele.
-Está fechado.
Foi até a lousa, retirou o pincel das mãos dele e escreveu na segunda-feira: Julio. Arrancou um sorriso malvado do rosto do namorado, que leu o nome do colega de faculdade e levantou as sobrancelhas. Julio era seu companheiro de esportes, haviam praticado juntos boxe, jiu-jitsu e integraram o mesmo time de rugby, além da musculação.
Apesar da proximidade, ele nunca havia investido na amizade com Julio porque o considerava uma pessoa diferente, como se escondesse algo. Talvez, uma má aceitação sexual? Agora descobriria. Fora isso, Julio tinha os traços árabes, era ligeiramente mais alto e com os ombros mais largos que os dele, estava sempre com cabeça raspada e preferia camisetas que deixassem os músculos dos braços de fora.
-Ele é dotado? -Eu não sei, acaba de me ocorrer que nunca tomamos banho juntos. Aliás, nunca o vi sem roupas no vestiário, e nunca reparei na sunga quando o via na piscina. Quer arriscar mesmo assim?
Ela sabia que o homem hétero, quando esconde o pau, não faz isso de graça. Era uma bandeira de alerta, poderia correr o risco de investir e se decepcionar. Sabia bem o que tinha em casa e parte da fantasia era sempre ter a mais, nunca a menos.
-Vamos ver. Se você conseguir trazer ele aqui, eu cuido do resto. Capricho no show, mas e se for ruim? Você diga que está sentindo dor nos pontos ou que está tendo um sangramento e me tira dessa? -Claro!
E com o pincel, escreveu mais seis nomes, para cumprir o desafio. O domingo transcorreu normalmente, sem novidades. Quando passavam pela sala, trocavam olhares entre si e com a lousa, sorrindo. Combinaram que de ele traria o Julio para casa logo após a aula da tarde e ele, na antecedência do dia, chamou o colega pelo celular, convidando-o para ir conhecer a casa deles.
-Esse tempo todo andando juntos e você nunca me visitou, rapá? Que amigo é esse? Vem aqui amanhã tomar um vinho conosco, mas nada de chapinha nem daquelas porcarias que você bebe não, hein? Veja se traz, no mínimo, uma rolha! -Uma ROLA, ela fez com a boca, sem emitir som algum. Ele se segurou para não rir e no dia seguinte, logo após o treino, cheirando a suor, Julio chegou com uma garrafa de vinho, mesmo.
Sem tomar banho, com o quimono amarrado por fora da mochila, o cheiro de testosterona invadiu o ambiente. Ela também já estava de férias e não havia se dado ao trabalho de se trocar desde que acordara. Estava ainda de shortinho e blusinha do pijama de verão, bem soltinho, e foi assim que saiu do quarto e passou pela sala onde os rapazes se preparavam para abrir a garrafa.
Com um abraço, agradeceu a Julio pelo vinho e pela visita. Fingiu vergonha e se desculpou pelo estado da sala, toda bagunçada. Pediu a ele que ficasse a vontade e passou a se abaixar para recolher coisas que não estavam ali no dia anterior, mas que pareciam estar há dias. Esperava arrancar olhares, afinal o pijama soltinho revelava mais que o formato da sua bunda quando se abaixava, mas não.
Como ele havia avisado a ela antes, Julio era um homem estranho. Com cara e jeito de comedor, parecia ser geneticamente impossibilitado de olhar para a namorada do amigo, quase seminua, ali na sua frente.
Kátia olhou em desalento para o namorado, que pescou o fim da aventura ali mesmo. Ela parecia haver desistido, não iria rolar nada. Diego sorriu, pensando na delícia que seria coloca-la deitada com a bunda pro alto, em cima de uma almofada. Num milésimo de segundo, sua imaginação abria aquela bunda e babava em cima do cuzinho apertado, para lubrificar, quase esquecendo que levaria mais de dois meses para realizar seu desejo. Se fosse o caso, claro.
Enquanto os dois conversavam no sofá, bebendo vinho, ela avisou que iria tomar um banho e tirar o pijama para poder ficar com eles, por ali. Diego já se sentiu vitorioso, até ver que ela entrou no quarto e saiu em direção ao banheiro, uma mão fechada em punho, com um pedacinho de tecido vermelho escapando por entre os dedos e nada mais.
Na hora, entendeu que se ela havia desistido, era da tática da arrumação que não chamou a atenção do rapaz como desejara. Continuou falando bobagens durante o banho da companheira, a fumaça do vapor do chuveiro se espalhando na sala pela porta semi encostada. Julio ficou encabulado.
-Ela não tranca a porta quando tem visita?
-Não mais, não te contei que passamos a virada numa praia naturista? Passamos dez dias acampados por lá, nos acostumamos a ficar sempre pelados, mesmo. Desde que voltamos, a gente só usa roupa para sair de casa.
-Sim, mas eu sou seu amigo…
-Amigo, não, parceiro pra vida, irmão! A maior prova é que perto de você, aqui em casa, a gente não precisa fingir ser quem não é se a Kátia quiser, pode ficar a vontade como gosta, sem cerimônia. Isso é respeito. Te considero!
Julio sorriu, concordou e virou outra taça do vinho
-Mas não vai você querer ficar pelado aqui, hein?
Diego gargalhou, antes de se justificar.
-Claro que não, nem se eu quisesse, porque ainda estou parecendo uma berinjela apodrecida, mano. Cheio de pontos, se ela me vir assim, certeza que me larga. Diacho, até eu quero me largar só de ter que olhar pra baixo quando mijo. Desde a operação que só faço xixi sentado.
Era mentira. Diego urinava sentado em casa desde que havia conhecido Kátia. O banho acabou e ela saiu do banheiro já vestida, com o mesmo pijama e o cabelo molhado, ainda enrolado na toalha. A outra diferença eram os traços em vermelho por baixo do shortinho, que delineavam sua calcinha de renda e lantejoulas vermelhas, parte do guarda-roupa a que Diego se referia como “suas roupas de puta”.
A conversa voltou ao assunto da viagem da virada do ano, da primeira ida deles à Praia do Pinho, em Santa Catarina, destino conhecido e reconhecido como a fantasia sexual favorita dos homens, inclusive de Julio, que não parava de fazer perguntas.
Foi quando ela, sem ter ouvido o diálogo anterior, se queixou de precisar usar roupas novamente em São Paulo.
-Eu sempre ficava nua em casa, antes, desde que a gente dividia apartamento, mas agora que conheci aquele lugar, juro para você que até o pijama me incomoda? -Não te falei, Julio? É um estilo de vida, é conforto demais, mas ela não quer te deixar sem jeito na sua primeira visita. -Sim, seria muito estranho só eu ficar sem roupa numa casa com dois homens completamente vestidos, nada a ver. -Há-há-há boa tentativa, mas eu não vou tirar minha roupa, você não vai se traumatizar vendo meu estado atual, só quando tirar os pontos, já disse. -Eu nem sei se teria coragem de tirar a roupa, vocês é que foram pro Pinho, eu só fui pra lá na minha imaginação. -Mas vocês podem tirar a camiseta, O Diego não está com ponto nas costas e se você não se incomodar, eu posso tirar a minha e ficar a vontade.
O namorado sorriu e concordou com a cabeça, tirando a camiseta e jogando para o lado. Julio não fez menção de acompanhar o movimento, até que ela, ainda de pé, se aproximou para o meio das pernas do namorado sentado no sofá, mas de frente para o amigo
-Ah Julio, tira sua camisa também, assim eu posso tirar a minha. E ninguém precisa ter vergonha porque não tem ninguém pelado.
Julio assentiu com a cabeça, meio incrédulo, meio como quem se depara com uma verdade universal. Tirou a camiseta com um movimento rápido, enrolou e jogou sobre a mesa de jantar e olhou para Kátia, que deu um passo mais para dentro das pernas do namorado.
Com um sorriso delicioso, Diego pegou a barra da blusinha do pijama dela e foi subindo, deixando primeiro aparecer o umbigo que adornava aquela barriga perfeitamente firme. Kátia ergueu os dois braços, como quem se entrega ao sol em uma tarde de verão e a peça de roupa saiu por sua cabeça, levando junto a toalha que ainda protegia os cabelos úmidos. Ela mexeu nos cabelos castanhos lisos com as mãos, chacoalhou e jogou para trás. A sua frente, Julio, estático, olhava seus seios, o volume visível já despontando sob a bermuda de nylon. Ela se moveu como se estivesse prestes a dar pulinhos de alegria, dobrando os joelhos e os retesando em seguida, como se ensaiasse um salto para o alto.
-AH Julio, obrigada. Você me entende! Melhor assim, me sinto mais a vontade sabendo que não te incomoda de a gente ficar sem camisa. -Não, não me incomoda não, se quiser tirar tudo, pode tirar! -Melhor assim, me sinto mais a vontade. Tudo bem se eu tirar o shortinho também, então? Ou você se incomoda? Julio havia falado por falar, em tom de zombaria para disfarçar a vergonha que estava sentindo, mas Kátia não se fez de rogada: antes do fim da frase, ela já havia descido seu shorts até o chão e dava um pequeno passo para fora dele, agora com somente aquela calcinha vermelha lhe adornando o corpo, as lantejoulas ocultando a depilação perfeita que tinha acabado de fazer no banho.
-Eu não vou tirar a roupa, para não assustar vocês, mas você pode ficar a vontade, viu Julio? -Então o Julio vai ter que tirar a bermuda, para combinar comigo? Julio fez que não com a cabeça e mostrou as palmas das mãos, como quem pede desculpas. -Eu não posso, porque estou sem cueca. -Ah, Julio, e você tem vergonha do que, do tamanho do seu pau? É bobagem, fica tranquilo que eu tenho certeza de que vi algum menor lá na praia, viu?
Ela riu enquanto provocava e o amigo não gostou da piada: de sentado no sofá, ficou de pé em um único movimento em que com uma mão abaixou a frente da bermuda e com a outra, colocou o pau para fora e balançou:
-Olha o pau pequeno aqui, ó! Menor é fácil, quero ver você falar que viu maior, isso sim!
Colocou o pau para dentro da bermuda , mas não se sentou novamente. Permaneceu em pé, meio sorrindo, meio sem jeito. O casal se encarou por um segundo, sem que o amigo percebesse e compartilharam o pensamento: havia dado bom! Agora, ela queria aquele homem e iria tê-lo. Estava seminua na sua frente, sendo oferecida enquanto se oferecia e o clima estava pronto. Todos ali já sabiam o que estava para acontecer. Exceto, talvez, o Julio, que estava de frente para o Diego quando Kátia se posicionou entre os dois, colocando as mãos no peito de seu namorado e falando para o amigo por sobre seu ombro:
-Vocês estão judiando de mim… o Diego não pode tirar a roupa por causa dos pontos, mas olha como essa calcinha é enfiada? Isso incomoda muito, me deixa tirar? -Ah, pode tirar, fica a vontade! -Eu não vou me sentir a vontade se for a única sem roupa na casa.
Diego finalmente se lembrou de tomar uma atitude, pegando as tiras da calcinha dela e abaixando de uma vez até a altura de seus joelhos.
-Olha, amigo, vamos facilitar para você não ficar com vergonha de tirar o calção, eu tiro a calcinha dela e você dá uma encoxada nela, pra não ficar chato. Pode ser? O amigo gaguejou na resposta, olhando para aquela bunda nua, que tanto já havia disfarçado para admirar. Ela, apoiada nos ombros do namorado, olhou pra trás, para os olhos de Julio e sorru. -Pode mesmo, Flá? -Pode sim, vem!
Ela se descolou do namorado e se apoiou na mesa, balançou o corpo para que a calcinha terminasse de cair ao chão, afastou as pernas e empinou a bunda.
-Vem!
Julio a pegou pela cintura e perguntou:
-Com roupa ou sem roupa?
Foi Diego quem respondeu:
-Sem roupa, lógico!
Julio parecia não acreditar, enquanto abaixava sua bermuda e expunha o membro duríssimo que segurou pela basse e deu um passo a frente, encaixando-o por entre as nádegas para depois, segurando pela base, passar devagar por todo o rêgo, a abertura do cu e por entre os lábios da buceta, que sentiu úmidos e inchados; bateu com sua glande ali, de baixo para cima, por duas vezes, para então subir pelo mesmo caminho. Ela sentiu a glande ensaiando um movimento de penetração e não segurou o gemido, mas ele passeou pelos seus lábios, roçou novamente na entrada do cu e escapou pelo rêgo, recheando novamente suas nádegas. Ela rebolou lentamente e o amigo, envergonhado, colocou sua bermuda no lugar e se sentou de novo. Kátia, sentou-se nua no colo de Diego, enlaçou-o pelo pescoço e sorriu para Julio.
Em menos de dez segundos, o namorado a ergueu um pouco com os braços e a passou para o colo do amigo, dizendo que estava com sede. Julio a recebeu com os braços e ela se sentou sobre sua coxa. Encostou seu corpo no dele e sentiu o peito musculoso tocar suas costas.
Com cada perna de um lado e se esfregando sobre aaquela coxa, Kátia recuou o braço e tocou o membro duros sob a bermuda, delineando com a ponta dos dedos até alcançar o botão e abri-lo,enfiando a mão para agarrar o que queria e fazer pequenos movimentos de vai-vém e falar com voz de quem está prestes a gemer
-Ainda bem que ainda existe homem de pau grande nesse mundo… o Diego não pode transar comigo por um mês… você acha isso certo? -Não, é maldade. -Então passa a mão na minha bucetinha…
Enquanto ele a puxava para junto de si com um braço, passou o outro por trás das costas dela e estivou ate tocar o interior de sua coxa com os dedos, passeando enquanto subia para encontrar a vulva lubrificada.
-Enfia um dedinho.
Ele enfiou a ponta do seu dedo médio e o esticou. Entrou fácil. Ela soltou um gemido baixo e demorado, para perguntar:
-Quer me comer?
-Quero!
-Então, vem.
Kátia se levantou, pegando Julio pela mão e o puxou para o quarto. Diego colocou duas pedra de gelo dentro da cueca, para evitar que seus pontos explodissem pela força da ereção que estava sentindo, quando ela passou pela porta do quarto e se virou para ele, na voz mais sensual que conseguiu fazer:
-Tchau.