Dia de Mudança

Depois de passarem por 3 apartamentos divididos com amigos, finalmente Diego e Kátia foram morar a sós. Não se mudavam para um grande apartamento, mas também não chegava a ser pequeno: era confortável, uma kitnet no andar térreo de um prédio recém-reformado para servir de moradia para estudantes universitários como eles. Teriam dois quartos, a sala dividida com a cozinha, um banheiro e espaço para a máquina de lavar, o que seria o suficiente para os dois. Antes mesmo de assinar o contrato, já sabiam que não haveria lugar para estender suas roupas e planejaram um varal retrátil, que atravessaria toda a sala, passando por cima da mesa de jantar. Isso não se tornaria um problema porque tinham poucos móveis: a estante com os livros, a mesa e quatro cadeiras. A geladeira e o fogão que acabaram de comprar, e um colchão de casal.

Desde que haviam quebrado sua última cama transando, decidiram que seria melhor dormirem no chão. Fora isso, a mudança consistiria nas muitas caixas de livros e roupas. Quem não segue a carreira acadêmica costuma se espantar com a quantidade de livros que essas pessoas acumulam desde a graduação, e eles eram um casal que se podia decidir não ter uma cama, nunca poderia ter o mesmo luxo em relação a estantes.

A casa nova não era longe do apartamento que dividiram com Paolo, bastava descer a rua por dois quarteirões e atravessar uma avenida. Eles mesmos poderiam fazer tudo sozinhos em um dia ou dois, ou mesmo chamar “mais uma vez” seus amigos, mas Diego já estava trabalhando e Kátia, mais preocupada em uma mudança confortável que não interrompesse demais sua rotina de estudos.

Decidiram contratar alguma transportadora e em um aviso no painel de avisos do condomínio, encontraram o contato de Anderson, um caminhoneiro que faria o serviço acompanhado de um ajudante, a um bom preço. Contrataram o serviço e se puseram a planejar a logística: sua ideia era terem o mínimo de trabalho e deixar que o motorista e seu ajudante dessem conta de toda a parte pesada. Diego se encarregaria de fechar as caixas e desmontar o que fosse preciso no apartamento antigo, a dupla contratada faria o transporte ate o apartamento novo e montaria os móveis, enquanto Kátia abriria as caixas conforme chegassem e já organizaria cada coisa em seu devido lugar.

Era um ótimo plano para uma tarde de sábado de verão e estavam compenetrados em sua execução, ao menos até a chegada do motorista com o ajudante: por um capricho do destino, Anderson — o motorista — tinha olhos escuros, pele dourada, cabelos castanhos claros com leves ondulações, assemelhando-se a um cabelo cacheado sem definição. Um sorriso forte e marcante, atribuído a um físico escultural, com uma altura fascinante de um metro e oitenta. Esbanjava simpatia, ao contrário de seu ajudante, que parecia estar a contragosto no local.

Foi impossível deter os pensamentos que invadiram a cabeça de Diego, que viu na situação a oportunidade perfeita para realizar mais uma das fantasias do casal: desde que passaram a se aventurar na exploração de sua sexualidade, Kátia havia demonstrado um fetiche especial em homens com aquele físico. Além disso, a temperatura da tarde ajudava: ela vestia um shortinho de lycra justo, azul claro, que se não era comprido, também não chegava a ser cavado ou propositalmente indiscreto e acentuava bem o delineado dos quadris arrebitados. Por cima, uma camiseta regata amarela e um top cinza de academia.

De cara, Diego percebeu que a melhor logística seria fazer com que o ajudante permanecesse com ele ali, para desmontar os móveis e descer as caixas aos poucos para o térreo do prédio; dali, ajudaria o motorista a coloca-los na caçamba de sua caminhonete e subiria para iniciar uma nova leva, deixando Anderson encarregado de levar a carga até a casa nova. Lá, ele deveria descarregar o carro e levar cada caixa para dentro, onde Kátia o esperaria.

Na segunda leva de caixas, enquanto os trabalhadores carregavam o carro, o casal trocou mensagens pelo celular.

-Você viu o tamanho desse cara? -Não pensa nisso, ele veio aqui a trabalho. -Sim, mas quer jogar? -Sim, mas e se ele não quiser? E tem o ajudante, é feio. Fica complicado.

Diego era criativo para pensar nos esquemas eróticos de cada abordagem, e ela gostava assim, de seguir suas ideias.

-Estou mandando a caixa de costura com a fita métrica em cima da caixa azul, daí você tira e pede pra medir o braço dele. -Isso é bizarro, não vai colar -Vai! Quando ele chegar, elogie a força dele com as caixas. Pergunte se puxa ferro ou se é do trabalho. E quantos cm ele tem de braço, daí mostre dúvida e pede pra medir com a fita. -Isso eu faço! -Depois, diga que um homem desse tamanho gera expectativas na mulherada e pede pra medir mais -Ele vai achar que eu sou uma vagabunda. -É também por isso que eu te amo. E tire o seu top.

Ela obedeceu, ficando com os seios soltos por baixo da camiseta regata. Ele colocou a sacola de costura sobre uma das caixas e a despachou. Quando o motorista entrou com a caixa pela porta da sala do apartamento, ela estava de costas para ele, em pé sobre uma cadeira enquanto guardava louças em um dos armários da cozinha.

-Posso deixar essa aqui, mesmo? Ele colocou a caixa no chão, chegando perto dela, que se virou de frente para ele -Sim, preciso ver o que tem nela, ainda. Ah, me ajuda a descer?

Pensou que ele fosse estender uma mão, um gesto como um galanteio, mas o motorista esticou os dois braços e a pegou ela cintura, erguendo como se não pesasse nada antes de desce-la até o chão, os olhos focados nos lábios da buceta que estava marcada pelo tecido justo. Como ele não havia visto aquilo antes?

Ela deu uma leve dobrada nos joelhos e soltou um risinho ao por os pés no chão.

-Nada como puxar ferro todo dia hein? Ou é só do trabalho? Ele estufou o peito, forçando o bíceps e sorriu

-Quem me dera, isso daqui é todo dia, mesmo, senão não crescia assim. -E cresceu muito ou você já era grande antes? -Não, eu era magrelo igual sem marido aí. Mas esforço, foco e alimentação dão resultado. -Ele é meu namorado - ela respondeu enquanto abria a caixa de costura, fingindo estar vendo o que tinha dentro. Tirou de lá uma fita métrica e perguntou, como se fosse uma coincidência: -E quanto você tem de braço, já mediu? Parece mais grosso que meu joelho!

Ele retesou o braço, forçando o bíceps enquanto olhava para ela. -Quando medi, deu 47 cm. -Ah vá! Posso medir pra confirmar, então?

Ele riu, como se estivesse sem jeito e contraiu novamente o bíceps, oferecendo para ela -Pode -Assim, não. Deixe o braço relaxado para que eu passe a fita e depois que der a volta, você faz a força e eu meço a diferença.

Ele fez assim, e enquanto ela passava a fita métrica pelo braço do motorista, o ele notou os seios que esvoaçavam por baixo do tecido, tentando escapar pelas frestas da camiseta regata.

-Acho que o único ponto ruim de ser grande assim é ficar criando expectativas nas meninas, né? -Nada, não é ruim não. Chama a atenção. -Sim, mas eu quis dizer que elas devem ficar se preocupando se você é todo na mesma proporção, se é que você me entende? - ela disse balançando a cabeça de um lado para o outro, levemente, e sorrindo.

-Opa, tudo proporcional graças a deus, ninguém tem do que reclamar!

Ela se sentou na cadeira e riu alto, segurando a fita métrica com uma das mãos, os dedos fechados sobre o valor da circunferência daquele bíceps:quase 50 cm. Os mamilos de seus seios se excitaram sob a camiseta, o olhar o motorista fixo em cada movimento seu, tentando capturar qualquer pele dos seios que surgisse quando ela se mexesse.

-Olha, eu vou fingir que acredito, porque só acredito se eu mesma medir. Você tem 50 centímetros só de braço, tem que faltar em algum lugar pra estar sobrando tanto aí…

-Pode medir onde quiser, não falta em nada, não. -Traz sua perna mais para cá, então!

Ele deu um passo e se aproximou da cadeia, ainda meio sem jeito, deixando os braços caírem ao lado do corpo, respirando fundo ao colocar suas mãos próximas aos bolsos de sua calça jeans. Kátia fechou os lábios num sorriso e não perdeu tempo: primeiro, havia pensado em medir uma das coxas dele e continuar com a brincadeira, mas a essa altura o laço estava fechado e Anderson estava preso. Ela propositalmente havia mexido os ombros mais do que deveria, para que o corte da camiseta exibisse completamente seus seios se vistos de cima, e ele seguia cada movimento com os olhos, hipnotizado, enquanto tentava disfarçar.

Ela levou uma das mãos até a cintura dele e segurou no botão de sua calça, enquanto que a outra alcançou a braguilha, unindo indicador e polegar para pressionar o zíper, que abriu em um movimento rápido, enquanto soltava aquele botão. A calça se soltou, deixando ver a cueca branca e ela levou suas duas mãos àquela cintura que se aproximou mais de seu rosto, puxando a calça pelas coxas grossas, enquanto o olhar seguia o delineado do contorno do volume que acordava dentro do tecido branco de algodão.

Com a mão esquerda, Anderson fez uma carícia no seu cabelo dela, colocando uma mexa atrás de sua orelha e pousando suavemente a mão sobre o ombro de Kátia, que puxou o elástico da cueca pra baixo com uma mão, enquanto a outra libertava o pau que endurecia.

O membro não era pequeno, mas ainda despertando já mostrava não ser exagerado. Era grosso e macio, depilado como ela gostava e não era circuncidado. Ela segurou com a mão esquerda, fazendo pequenos movimentos de vai-e-vem até ele crescer mais, expondo a glande, onde deu um selinho, seguido de outros dois: um em cada testículo, para então tocá-lo com a ponta da língua e percorrer todo o seu contorno até tocar a glande. Só entou olhou para cima, para os olhos de quem a encarava já ofegando. Rijo, agora o pênis que parecia feito de pedra pulsava em sua mão que subia e descia em um ritmo sensual e lento.

-Você tem camisinha? -Não.

A resposta dele saiu como o lamento de quem vislumbrava o fim de uma brincadeira que mal havia começado. Kátia riu, se levantou e seguiu devagar para o quarto, deixando o motorista em pé parado na cozinha, as calças abaixadas até o joelho e o pau em riste para o teto, que ele sem saber o que fazer, segurou institivamente e começou a se masturbar com pressa, seguindo-a com o olhar, sem conseguir esboçar palavra.

Kátia voltou sorrindo e já abrindo o pacote de preservativos que trazia na mãoo. Entregou uma ao motorista, que sem soltar o proóprio pau, rasgou a embalagem com os dentes e começou a vestir, enquanto ela se desvestia. Agora estava quase nua, vestindo somente as meias e o tênis em frente àquele homem, a porta do apartamento totalmente aberta, ainda que um alguém que passasse pelo corredor não conseguisse ver o que acontecia na cozinha.

Ela não sabia disso quando colou no corpo de Anderson, beijando sua boca e levantando sua camiseta, expondo o peitoral que lambeu até o mamilo, onde brincou com a ponta da lingua enquanto acariciava suas bolas com a mão. E antes que pudesse fazer menção de terminar de tirar aquela calça jeans, ele a pegou pela cintura e ergueu até a pia, sentando-a na única superficie onde havia espaço naquela bagunça. Kátia afastou suas coxase se apoiou com as duas mãos na pia, empinando a pélvis e se oferecendo ao homem que, segurando-a pelos quadris, direcionou a cabeça do pau na abertura de sua vagina, pendetrando totalmente de uma única vez.

Kátia soltou um gemido seco, soltou o peso nas mãos de Anderson que passou a bombar com firmeza enquanto sustentava seu peso com as mãos. Enlaçou o pescoço do parceiro que passou a beijar, enquanto ele arfavae a puxava para junto de si, penetrando ao máximo enquanto enchia a camisinha com seu gozo. Ela sentiu o membro estufando e o preservativo se encher dentro dela, lhe dando ainda mais prazer.

Adorava aquela sensação. Ele saiu de dentro dela, respirando forte e olhando para o teto, o suor escorrendo pela testa, o coração acelerado como o de quem tivesse acabado de correr os 100 metros rasos em uma olimpíada. Sorriu para ela, que voltou a se apoiar com as mãos na pia e subiu também os calcanhares, oferecendo-se com a voz sedutora:

-E eu?

Anderson entendeu o recado e se abaixou, colocando um dedo médio dentro dela e lambendo os grandes lábios até chegar ao clitóris, que achou facil. Passou a fazer movimentos rápidos e circulares com a língua, levando sua cliente ao orgasmo que sua cliente marcou com um gemido alto, sem se importar com a casa aberta ou o eco da casa vazia, que fez com que seu prazer fosse ouvido pelos vizinhos.

Ele selou o ato com um beijo em sua boca, e ela segurou seu punho e trouxe a mão até a boca, chupando os dedos que haviam estado dentro dela.

-Delícia! -Também achei.

Ela respondeu e riram. Anderson se vestiu, retirando a camisinha e dando um nó na ponta. Kátia nunca havia entendido aquela mania dos homens, afinal, o será que eles pensavam? Que seus espermatozoides tinham asas? Sorriu e vestiu sua roupa. O preservativo foi dispensado no lixo e Anderson deu um tapa sonoro em sua bunda ao beijá-la antes de sair para buscar a nova leva de caixas.

-Não vai perder a força e derrubar minhas coisas no chão, viu?

Ele gargalhou alto, enquanto saia. Não sabia como justificar a demora ao ajudante ou ao namorado dela, mas não se importava. Felizmente, Diego já havia fingido a justificativa, fingindo ter recebido uma mensagem de Kátia, avisando que o armário da cozinha havia cedido e o motorista estava refazendo a montagem, o que permitiu que a mudança seguisse em seu ritmo normal. No entanto, talvez por desconfiar, talvez por já saber, o ajudante não deixou que o motorista fosse novamente sozinho até o novo apartamento. Felizmente, a mudança não demorou a terminar.

Sozinhos na nova casa, Diego fechou a porta e passou a chave, olhando para a namorada que sorria com ar de levada.

-Acabou. Agora, o desafio é a gente transar uma vez em cada canto para comemorar.

Abraçou a namorada, que antes de beijá-lo, respondeu:

-Está atrasado pra inauguração da pia…

Diego sorriu, pela resposta que veio antes de sua pergunta. O beijo que se seguiu foi o convite para se amarem ali mesmo, no chão, antes que ela apontasse para o ponto onde havia sido possuída e o puxasse para que repitissem o ato.

Ou o mais perto disso, afinal, Diego não tinha o físico de Anderson.


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