🎲 RPG: Imaginar para existir
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- O que é RPG
- História do RPG e seus criadores
- Sistema D20 e estatística
- GURPS: o sistema genérico
- História do RPG no Brasil
- RPG e inclusão autista
O que é RPG
RPG (Role-Playing Game) é um jogo de interpretação de papéis em que os participantes assumem personagens fictícios e coletivamente constroem uma história, normalmente guiada por um narrador (também chamado de Mestre ou DM – Dungeon Master).
O jogo não tem tabuleiro fixo nem objetivo final. Tudo é determinado pela imaginação, pelas regras do sistema usado e pelo diálogo entre os jogadores. Os personagens têm atributos e habilidades definidos em fichas, que orientam as ações possíveis e os testes feitos com dados.
História do RPG e seus criadores
O RPG surgiu na década de 1970 nos Estados Unidos, a partir de jogos de guerra (wargames). Seu criador mais reconhecido é Gary Gygax, considerado o “pai do RPG”, junto de Dave Arneson. Juntos, lançaram o primeiro sistema publicado da história:
- 1974 – Dungeons & Dragons (D&D), por Gygax e Arneson.
Outros sistemas históricos:
- 1981 – Call of Cthulhu, por Sandy Petersen.
- 1984 – Paranoia, por Greg Costikyan e Dan Gelber.
- 1986 – GURPS, por Steve Jackson.
- 1987 – Shadowrun, por Jordan Weisman.
- 1991 – Vampire: The Masquerade, por Mark Rein-Hagen.
Sistema D20 e estatística
O sistema D20 usa um dado de 20 lados para resolver ações, somando modificadores e comparando com a dificuldade (CD). A chance de sucesso segue uma distribuição uniforme, o que torna o sistema rápido e intuitivo para cálculos básicos de probabilidade.
GURPS: o sistema genérico
GURPS (Generic Universal RolePlaying System) é um sistema criado por Steve Jackson, altamente modular e realista. Usa 3 dados de 6 lados e é conhecido por sua profundidade e flexibilidade.
História do RPG no Brasil
Primeiros sistemas nacionais
- 1991 – Tagmar, o primeiro RPG brasileiro publicado, por Wagner Araújo e Guilherme Moraes.
- 1994 – Desafio dos Bandeirantes, por Flávio “Ghobbi” Andrade.
- 1995 – Trevas e Arkanun, de Marcelo Del Debbio.
A era Dragão Brasil e o trio Tormenta
A Revista Dragão Brasil, lançada em 1994 pela Editora Trama, foi o maior veículo de RPG do país por mais de uma década. Com tiragem mensal e distribuição nacional, trouxe artigos, aventuras, sistemas, notícias e criações originais — e foi onde nasceu o maior universo de fantasia do Brasil: Tormenta.
Em 1999, a revista publicou um suplemento especial chamado Tormenta, com um cenário de fantasia próprio. A aceitação foi tão grande que o universo evoluiu para romances, quadrinhos, aventuras, campanhas e sistemas próprios.
Os principais criadores da linha Tormenta formaram o “trio sagrado” do RPG nacional:
Mais tarde, o romancista Leonel Caldela também se tornaria parte fundamental da equipe.
Holy Avenger: o quadrinho de RPG
Em 2001, foi lançada a HQ Holy Avenger, escrita por Marcelo Cassaro e ilustrada por Érica Awano. Ambientada em Arton, o universo de Tormenta, a revista teve 42 edições e se tornou um marco da cultura geek brasileira — com estilo de anime, humor, aventura e referências diretas às regras de RPG.
Holy Avenger introduziu o universo de Tormenta a milhares de leitores não iniciados em RPG e ajudou a consolidar o cenário como um fenômeno editorial.
Tormenta RPG
- 2010 – Lançamento do Tormenta RPG, um sistema próprio ambientado em Arton, com base no D20 System e elementos únicos.
- 2019 – Lançamento do Tormenta 20, financiado via Catarse, arrecadando mais de R$ 2 milhões — maior projeto de financiamento coletivo editorial do Brasil na época.
Outros marcos
- 1998 – 3D&T (Defensores de Tóquio), também por Marcelo Cassaro, voltado ao humor e cultura pop japonesa.
- 2016 – Old Dragon, por Rafael Beltrame e Antonio Pop, com foco em “RPG raiz”, à la D&D clássico.
RPG e inclusão autista
Para pessoas autistas, o RPG é uma forma poderosa de viver a imaginação com regras claras, personagens definidos e ambientes socialmente seguros. Jogar pode ajudar com:
- Regulação emocional
- Interação social mediada
- Criação de vínculo
- Expressão criativa e identidade
No RPG, a nossa imaginação não é fuga — é resistência.
Se você é diferente demais para o mundo, crie um mundo onde a diferença seja a regra.